Em julho de 2025, o governo do México deu um passo histórico — e polêmico — ao aprovar a obrigatoriedade da CURP biométrica para todos os cidadãos. O documento, que antes servia apenas como registro populacional, agora será um identificador digital completo, com coleta de dados biométricos como impressão digital, íris e assinatura eletrônica.
Essa medida, embora vendida como avanço tecnológico, levanta sérios alertas sobre privacidade, liberdade individual e vigilância em massa. Afinal, até que ponto a segurança justifica a centralização total de dados sensíveis da população?
🔍 O que é a nova CURP biométrica?
A CURP (Clave Única de Registro de Población) sempre foi um documento oficial no México, parecido com o CPF no Brasil. Com o novo decreto publicado em 16 de julho de 2025, ela passará a conter:
- Fotografia digital em alta resolução
- Impressões digitais
- Escaneamento de íris
- Assinatura digital
- QR Code com dados criptografados
- Integração com bancos de dados públicos e privados
A partir de fevereiro de 2026, este documento será obrigatório para acesso a serviços bancários, saúde, educação, governo e empresas privadas.
🧬 A Plataforma Única de Identidade
O projeto prevê a criação de uma Plataforma Única de Identidade que irá integrar todas as informações biométricas e demográficas da população mexicana.
Essa plataforma poderá ser acessada por:
- Fornecedores de telefonia e internet
- Bancos e instituições financeiras
- Órgãos de segurança como a Guardia Nacional
- Empresas privadas com convênio governamental
📎 Fonte oficial:
Biometric Update – CURP Biométrica
⚠️ Os riscos: vigilância, controle e perda de liberdade
Diversas organizações de direitos digitais, como Article 19 e R3D México, têm se manifestado contra a medida. Veja os principais alertas:
❗ 1. Vigilância em massa
A centralização de dados biométricos permite que o governo saiba onde você está, com quem fala e o que consome — um verdadeiro sistema de monitoramento 24h.
❗ 2. Falta de transparência
Não há garantias de que os dados não serão compartilhados com governos estrangeiros ou empresas, nem de que o cidadão será notificado quando seu perfil for acessado.
❗ 3. Risco de vazamentos
Com uma base de dados única, qualquer ataque hacker pode expor milhões de perfis sensíveis de uma só vez.
🔎 Por que isso importa para o Brasil (e para o mundo)?
O que acontece no México pode servir de modelo experimental para outros países da América Latina. No Brasil, já temos movimentações semelhantes com:
- Cadastro Biométrico do TSE
- PIX atrelado ao CPF
- Reconhecimento facial em aeroportos e metrôs
- Iniciativas de “Identidade Digital” (gov.br)
Essa tendência aponta para uma possível transição global rumo a uma identidade digital única e obrigatória, conectada a sistemas financeiros, sociais e de mobilidade.
🧠 Reflexão Profética e Estratégica
Se olharmos sob a perspectiva profética, essa centralização de dados e identificação pode estar preparando terreno para um sistema global de controle, semelhante ao descrito em Apocalipse 13:
“Para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal…”
Apocalipse 13:17
Embora ainda não estejamos falando de um “sinal” literal, a digitalização da identidade com controle de acesso à economia é um passo significativo na direção de um sistema que pode negar ou permitir direitos com base em dados pessoais.
A CURP biométrica no México não é apenas uma mudança de documento. É um marco simbólico e prático de uma nova era de controle digital da população. A pergunta que precisamos fazer é: isso realmente é pelo nosso bem ou pela conveniência de quem governa?