Nesta semana, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou um projeto ambicioso: até 2028, o estado contará com 20 mil câmeras de monitoramento urbano com inteligência artificial, reconhecimento facial e análise de comportamento em tempo real. Chamado de CIVITAS, o sistema já está em operação no Centro de Operações Rio e promete revolucionar a segurança pública. Mas por trás do discurso tecnológico e moderno, estamos diante de um novo capítulo do controle digital?
Segundo reportagem da CNN Brasil, essas câmeras serão instaladas em 56 “Fronteiras Digitais”, com capacidade de ler milhões de placas por dia, identificar rostos e comportamentos “atípicos” e enviar alertas automáticos. Mas aqui está a questão central: quem define o que é “comportamento atípico”? E o que acontece quando a tecnologia que hoje rastreia carros e rostos passar a monitorar febre, padrão de respiração ou vacinação de pessoas?
O sistema, alimentado por IA, é apresentado como solução para reduzir o crime e aumentar a resposta policial. Mas quem fiscaliza o fiscal?
Reconhecimento facial e o fim do anonimato
O uso de IA para vigilância em massa é um assunto polêmico e global. Países como China já adotam há anos sistemas similares para controlar a população — e agora essa realidade chega ao Brasil sob o pretexto de “segurança”. O problema é que essas tecnologias têm histórico de erros, preconceitos algorítmicos e uso indevido por parte de autoridades. Estudos mostram que sistemas de reconhecimento facial costumam errar mais com negros, mulheres e pessoas pobres, aprofundando desigualdades sociais.
Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ainda não oferece mecanismos claros para garantir a privacidade dos cidadãos frente a esse tipo de tecnologia. Quem garante que seus dados não serão armazenados indevidamente? Ou usados para fins políticos e comerciais?
De vigilância à obediência: o biopoder em ação
Essa nova camada de vigilância marca o avanço do que filósofos como Michel Foucault chamaram de “biopoder”: a capacidade do Estado de controlar não apenas nossos corpos, mas também nossas rotinas, decisões e até emoções. Quando uma IA começa a identificar “comportamentos suspeitos”, estamos diante de um julgamento automatizado e invisível, que pode moldar o comportamento humano pela coerção, pelo medo ou pela punição silenciosa.
A implementação de um sistema como o CIVITAS também caminha em paralelo ao avanço da Internet dos Corpos (IoB), tema que já exploramos em artigos anteriores no blog. Não é coincidência que segurança, saúde e dados biométricos estejam sendo integrados por sistemas de inteligência artificial cada vez mais poderosos.
A ilusão da proteção e o preço da liberdade
Estamos trocando liberdade por segurança digital, e o mais perigoso é que fazemos isso sem perceber. Em nome de uma paz aparente, aceitamos ser rastreados, escaneados e perfilados por algoritmos que ninguém sabe ao certo como funcionam. A pergunta que precisa ser feita é: estamos realmente mais seguros, ou apenas mais controlados?
Do policiamento à vigilância sanitária
Durante a pandemia, vimos como medidas sanitárias foram impostas com força total, sem espaço para debate ou questionamento. Códigos QR, passaportes de vacinação, rastreamento de contatos — tudo isso foi aceito em nome da saúde pública. Agora, com um sistema urbano como o CIVITAS, essas imposições podem voltar com ainda mais força, só que permanentemente integradas à rotina da cidade.
Imagine um cenário em que, ao circular por áreas públicas, seu rosto é escaneado e cruzado com bancos de dados de vacinação, exames médicos ou prontuários digitais. Se você estiver “fora do padrão”, poderá ser marcado, impedido de entrar em determinados espaços, ou até notificado automaticamente pela IA da prefeitura.
Essa não é ficção científica. Essa é a realidade de países como China e Austrália, e já começa a ser testada em cidades do Brasil. A tecnologia está pronta — o que falta é apenas o pretexto sanitário certo.
Privacidade, liberdade e obediência forçada
A centralização de dados pessoais, biométricos e de saúde em sistemas operados por inteligência artificial levanta sérias preocupações sobre privacidade e liberdade individual. Estamos cada vez mais cercados por uma cultura de obediência automatizada, onde sair da linha pode significar perder acesso a serviços, transporte, e até ao trabalho.
Como explicamos no artigo Apocalipse Molecular: A Nova Torre de Babel Está Dentro do Seu Corpo, a convergência entre nanotecnologia, biovigilância e inteligência artificial não é teoria da conspiração — é uma engenharia social em andamento.
Esses mecanismos permitem um novo tipo de poder, que atua não mais pela força física, mas pelo controle digital total do corpo e da mente, usando a própria saúde como justificativa.
A quem serve essa vigilância?
Governos argumentam que a vigilância é para o nosso bem. Mas a história mostra que sistemas de controle sempre acabam sendo usados contra os mais vulneráveis. Quem fiscaliza esses sistemas? Quem define os critérios de risco? E mais importante: como os cidadãos podem se defender?
Sem debate público, sem transparência nos algoritmos e sem garantias legais, estamos caminhando rumo a um futuro onde cada passo, cada respiração e cada decisão estará condicionada ao que o sistema autorizar.
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